
A poucos dias da Sexta-feira Santa, a movimentação no Mercado do Peixe, nas Rocas, já é intensa. Principal ponto de venda de pescado da capital potiguar, o espaço vem recebendo fluxo crescente de consumidores desde o último domingo (7) e a expectativa entre os comerciantes é de que as vendas aumentem entre 15% e 20% em relação à Semana Santa do ano passado. A projeção tem como base o volume de clientes e a tradição religiosa que mantém forte a procura por peixe nessa época do ano. No período, o Mercado vai funcionar em horário estendido, das 8h até às 18h.
No local, são 24 boxes de venda, segundo a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur). Além da estrutura de comercialização, a praça de alimentação também está operando normalmente. “A prefeitura, com a Semsur, tem se preparado e, em conversa com os permissionários, nós pontuamos o atendimento de qualidade e o preço. Conseguimos manter o preço do ano passado em alguns produtos, então o povo natalense não vai ter susto algum”, afirma José Roberto da Silva, chefe do setor de mercados da Semsur.Play Video
Entre os comerciantes, o clima é de otimismo. “A gente está com uma expectativa boa, inclusive não sabemos se vai ter peixe suficiente para todo mundo. Muita gente procurando, o movimento está muito bom”, disse Lavoisier Rodrigues, vendedor há 10 anos no local. Ele explica que a cioba é o peixe mais procurado, mas também há muita saída de cavala, arabaiana e camarão. “É nessa época que a gente aproveita para vender o estoque todo. Acho que a gente pode projetar um aumento de 10, 15, 20% em relação ao ano passado”, diz.
Com 40 anos de experiência vendendo peixe, Marcos Antônio também comemora o ritmo das vendas. “Está bom o movimento. Passei nas feiras também, porque eu sou vendedor, mas também sou cliente, e está bom o movimento. Começou no domingo, hoje [segunda-feira] e vai essa semana toda. É o melhor período do ano que a gente tem para vender e a gente tem que manter a esperança, o otimismo para uma boa Semana Santa”, destaca.
A cioba se destaca como a preferência entre os consumidores. “É um peixe que é ideal para todos os preparos, tanto para comer frito quanto para fazer um caldo, com temperos. É uma carne nutritiva, branca, saudável, com pouca espinha, então o pessoal busca bastante”, detalhou Marcos. Os preços variam conforme a espécie e o peso do pescado, mas os consumidores relatam que, apesar de não ser barato, os valores estão compatíveis com o esperado para o período.
O aposentado Francisco da Silva, de 81 anos, é um dos clientes fiéis da Semana Santa. “Vim comprar meca, é um peixe que eu já gosto, tenho o costume de comer, é melhor de fazer. O preço está bom, porque eu não tenho condições de ir lá no meio do mar para pegar o peixe para comer”, conta. Francisco pagou R$ 38 no quilo e considera justo. “É importante a gente valorizar também, porque o pescador tem o trabalho dele, o vendedor do mercado também, tem o gasto com os funcionários, com o combustível do barco para ir pescar”, completa.
Moradora do bairro de Lagoa Nova, a aposentada Josirene Alexandre, de 67 anos, aproveitou a segunda-feira para se antecipar. “Já me adiantei, vim aqui na segunda-feira mesmo, porque mais para a frente vai ficar mais difícil. Mantenho a tradição todos os anos, faço frito e cozido também, é um momento para reunir a família. O preço está bem parecido com o do ano passado. Gosto da cioba e venho aqui porque não é todo canto que tem e aqui eu sempre encontro”, afirma.
A Semsur orienta que os consumidores procurem o Mercado do Peixe com antecedência para evitar filas e aproveitar melhor a estrutura. A expectativa da secretaria é de que todos os 24 boxes estejam abertos até a quinta-feira (28), véspera do feriado, para garantir variedade e atendimento ampliado. O movimento deve continuar intenso até a Sexta-feira Santa, tradicionalmente o dia de maior procura por peixe em todo o calendário religioso cristão.
TRIBUNA DO NORTE