
O uso indiscriminado de medicamentos para emagrecimento, como a semaglutida e a tirzepatida, pode trazer riscos à saúde. O alerta foi feito pela endocrinologista Raissa Castro em entrevista ao programa Tribuna Livre, da Jovem Pan News Natal, nesta segunda-feira (10). Na oportunidade, a médica também reforçou algumas condições de saúde que contraindicam o uso dessas substâncias.
De acordo com a endocrinologista, o problema não está nas medicações, tendo em vista que elas podem ser benéficas em alguns casos, mas no uso sem orientação médica. “A gente tem visto o uso indiscriminado, às vezes para perdas modestas de peso. Muitas vezes, a pessoa não está com sobrepeso, ou obesidade, e usa os medicamentos para queima de gorduras localizadas”.
Segundo a Anvisa, o wegovy (semaglutida) é um medicamento usado para ajudar na perda e manutenção do peso em casos de pessoas com obesidade ou sobrepeso associado a outros problemas de saúde. Ele deve ser combinado com uma alimentação com menos calorias e mais atividade física. Já a tirzepatida é um medicamento usado para ajudar a controlar os níveis de açúcar no sangue em adultos com diabetes tipo 2.
No caso do mounjaro (tirzepatida), embora seja um dos mais populares atualmente e aprovado pela Anvisa, Raissa Castro esclarece que a medicação ainda não está disponível no mercado brasileiro. Diante desse cenário, o risco maior tem sido o uso de versões alternativas e manipuladas da substância pela população.
“Muitas vezes, não temos o controle sobre a temperatura e biodisponibilidade [ quantidade e a velocidade com que o princípio ativo chega à corrente sanguínea e exerce seu efeito no organismo] da medicação, além da informação do percentual exato de miligramas na dose. Também pode ocorrer a contaminação cruzada de outras medicações no medicamento”, alerta a endocrinologista.
Especialmente o uso de análogos do GLP1, hormônio que desempenha um papel importante no controle dos níveis de açúcar no sangue, como a semaglutida, é contraindicado para pessoas com carcinoma medular de tireoide (CMT). De acordo com Raissa Castro, essas medicações também não são recomendadas para quem tem refluxo grave e constipação de longo prazo. “Nesses casos, avaliamos muito individualmente. Não dá para prescrever de forma aleatória”.
Fonte: Redação Tribuna do Norte