Cacau em alta freia otimismo na venda de ovos de Páscoa

Apesar da alta, alguns lojistas esperam aumento nas vendas, apostando nos preços diferenciados em relação a concorrentes| Foto: Adriano Abreu

A alta do cacau em todo o Brasil e o consequente aumento no preço dos chocolates têm feito com que vendedores, empresários e lojistas freiem as expectativas de crescimento das vendas de produtos durante o período da páscoa, previsto para daqui a um mês. No caso da Associação dos Supermercadistas do Rio Grande do Norte (Assurn), a expectativa é de pelo menos manter o volume de vendas de 2024. Estimativas da Associação Brasileira da Indústria Alimentar (Abia) apontam que a alta de 189% no preço do cacau nos últimos 12 meses impactará o preço do item.


“Sempre estamos otimistas, porque é o segundo maior período de vendas, a sazonalidade da Páscoa, embora tenhamos enfrentado uma inflação também nos produtos relativos à Páscoa, principalmente carregados pelos chocolates. Em 12 meses, o cacau teve mais de 180% de aumento acumulado. Isso vem encarecendo bastante, principalmente os mais elaborados, que são os ovos de Páscoa”, explica o presidente da Assurn, Gilvan Mykelison.Play Video


“Ainda temos os licenciados, que pagam direitos autorais de personagens, que vêm com brinquedos,tudo isso fica caro ao consumidor, que tem perdido o poder de compra devido à alta inflação dos alimentos. Isso vai dificultar o acesso a esses produtos ainda mais caros. Então, esperamos pelo menos manter o número de vendas do ano passado”, acrescenta Mykelison.


Há casos que se destacam, como o do pequeno empresário Osias Evangelista Silva, que espera um aumento de 15% nas vendas em seu quiosque. Franqueado da Cacau Show há dois anos com três lojas, ele cita que está otimista para as vendas de chocolates neste ano.


“Esse ano estamos com uma ideia de crescimento em média de 15%. A marca Cacau Show nos sugere um crescimento de 30%, mas acho muito otimista para o cenário que vivemos hoje. Então, fiz um pedido baseado no crescimento de 2024 e esperamos zerar”, cita o empresário. Mesmo com os preços altos em relação ao cacau, Osias considera que os preços estão mais acessíveis em relação a outras marcas.
Quem já garantiu o ovo de Páscoa esse ano foi a bartender Saionara Silva, 42 anos, que está em Natal passando férias. “Já comprei ovo de Páscoa pra mim. Comprei seis. Os preços dos supermercados estão mais salgados. Pesquiso muito antes de comprar” disse.
Na avaliação de José Lucena, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal (CDL Natal), o movimento nas vendas do comércio da capital será “moderado”, mas, ainda assim, “positivo”.


“A Páscoa de 2025 será marcada por desafios para os consumidores, com a alta dos preços dos chocolates. A Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab) anunciou uma redução de 22,4% na produção de chocolates em comparação com 2024, o que impacta diretamente os preços dos produtos, com um aumento médio de 10% a 15% nos preços, além de uma diminuição na quantidade de cacau nos produtos”, cita Lucena, acrescentando ainda que as vendas da Páscoa representam 35% do total de vendas do varejo durante o período.


Segundo o presidente executivo da Abia, João Dornellas, nem todo o aumento na produção pode refletir diretamente nos preços para o consumidor. Isso porque os ovos de Páscoa podem ser comercializados com variações nos ingredientes do recheio, como a inclusão de biscoitos, por exemplo.


Segundo economistas e especialistas, a alta do preço do cacau está atrelada a uma crise de oferta da matéria-prima, causada por crises climáticas e sanitárias na África. Com isso, há uma redução global do item. O Brasil é o sétimo maior produtor de cacau do mundo.


“A Páscoa 2025 terá alta do preço dos chocolates entre 8 a 20%, dependendo da pureza e tipologia e composição dos ovos de páscoa com mais ou menos cacau, que será o grande responsável pelo aumento dos preços, visto que as mudanças climáticas também afetaram a produção com as altas temperaturas, com o plantio do cacau sendo prejudicado. As consequências também são vistas em relação ao dólar, que é uma composição, no geral, que influencia os preços em geral, além da própria inflação” explica o economista Ricardo Valério.


Aliado a isso, Valério lembra que, com a escassez da matéria-prima, a tendência é que a produção seja menor em 2025.


“Isso deve pressionar ainda mais os preços em relação a essa situação. Há ainda uma tendência de que os ovos sejam de um tamanho menor para facilitar a acessibilidade dos consumidores. Em que pese as barras de chocolate já tenham subido os preços do ano passado, de 16,53%, segundo o IPCA, pode ser uma saída mais econômica para presentear nessa Páscoa. Outra dica é não se preocupar com as marcas, que têm variação de preço de 30%”, aponta.

TRIBUNA DO NORTE

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